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Super Phoenix: São Jerônimo, 29 de setembro de 2014

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

São Jerônimo, 29 de setembro de 2014


Infelizmente, não é possível escrever sobre a gincana de São Jerônimo deste ano sem mencionar o trágico acidente que vitimou dois gincaneiros de Butiá, após a gincana, após o resultado, já na madrugada de segunda-feira. Triste, muito triste. Eu não tinha contato com a Vagner nem com a Isadora, mas sei que eram muito queridos, que deixaram saudades.

A gente tem muito menos controle sobre o que acontece na nossa vida do que a gente pensa. Não temos, literalmente, como saber o dia de amanhã. Muito menos sobre os desdobramentos e consequências geradas por um ato, acontecimento, fatalidade. A morte do Vagner e da Isadora, uma tragédia, levou a algumas reflexões mais amplas sobre o comportamento de alguns participantes de gincana e ,objetivamente, sobre os excessos cometidos na condução de veículos e nos acidentes que tem ocorrido em diversas edições.

O debate iniciou no, agora "estadualmente" famoso, "calendário gincaneiro", em uma postagem que lamentava o acidente e onde foi feito um link sobre ter chegado a hora de pensar sério sobre o assunto de excesso de velocidade nas gincanas. Que fique esclarecido que a postagem, em momento algum, vinculou o acidente a qualquer tipo de excesso ou mesmo a gincana. Foi mais uma oportunidade para tocar no assunto, afinal todos estavam, estão, sob o impacto da triste notícia.

Esse assunto, excesso de velocidade + acidentes, não é novo. Em 22/10/2012, há dois anos portanto, em que fiz um post com o título "Brincando com a morte". Ali eu escrevi o seguinte:

"Acho que todos temos que discutir esse assunto e tomara que essa discussão não descambe para argumentos do tipo "isso é culpa da equipe x, y ou z. isso é culpa do fulano", por exemplo, por que todos estão correndo muito. Quem ganha e quem perde. Também seria ridículo dizer que as gincanas são as culpadas por isso. Não são. Dezenas de pessoas morrem todos os finais de semana no trânsito e não estão participando de gincanas. A questão é: O que podemos fazer?"

Claro, ninguém deu bola. Eu sei que tenho poucos leitores. Nada que eu escreva irá dar repercussão. Ainda mais que tudo que eu escrevo é lido sob o filtro de quem lê, ou seja, quem me lê faz isso pensando na minha equipe em relação a equipe dele; se são equipes amigas, ele tende a concordar ou ser mais positivo em relação ao texto; se é concorrente, ele tende a discordar e encontrar segundas intenções no texto. Esse texto, por exemplo, foi criticado por que eu estaria "fazendo o jogo da equipe X" e isso que eu nem era parceiro da "X"  na época. Acham que um texto muda o mundo?

Agora a ZH noticiou um acidente com vítimas voltando de uma gincana e, logo depois, de alguma forma, chegou no "Calendário Gincaneiro" e disparou o gatilho de "mortes no trânsito" + "jovens" + "velocidade" + "bebidas" + "gincana" de forma equivocada, sem saber sobre o que estava falando. Depois a matéria foi corrigida, mas, o estrago estava feito. Muita gente está contra a ZH, contra o jornalista, contra o mundo, por que a matéria falou mal de uma coisa que nos é muito querida.

Espero que o efeito da desastrada matéria não ofusque um debate que realmente é de interesse de todos: garantir uma gincana segura.

A culpa não é apenas do cara que corre. É de um contexto. As equipes vibram quando chega um objeto no último minuto. O "piloto" é tratado como herói. Quantos lembram que o carro que trouxe esse objeto percorreu 100 KM em 35/40 minutos? Alguém já disse não importa que o objeto não chegue, venha devagar? Muitas vezes a equipe pede velocidade, como nos casos em que você é obrigado a chegar em primeiro, em um campinho qualquer, para catar qualquer porcaria de objetinho por que, se você chegar depois, nem adianta ir. E, óbvio, tem quem corra para aparecer, para mostrar que é "braço". É a cultura do "chego na frente" "te tapei de poeira", resumindo, sou mais macho porquê ando mais rápido.

Claro, fora as equipes há outras formas de limitar ou, pelo menos, reduzir, o problema:
- A contratante poderia pedir uma rua mais tranquila (sei lá, tipo padrão Astuta);
- As organizadoras poderiam não ter uma "rua forte", essa opção é delas. Não precisa a contratante solicitar;
- As equipes poderiam não reclamar se não houver uma rua forte;

A Phoenix tem uma equipe de rua bem forte e, mesmo assim, eu abriria mão desses pontos para não ter que depois me arrepender de não ter feito nada.

O que a Phoenix está fazendo:

- Na nossa equipe ninguém bebe durante a gincana. Não vendemos bebidas alcoólicas, nem permitimos dentro da escola que é o nosso QG;
- Nas gincanas nenhum dos nossos "pilotos" leva menor de idade dentro do carro;
- Temos discutido muito sobre os perigos do trânsito e sobre o que não se deve fazer.

O que podemos fazer:
- Chamar a atenção de forma mais forte sobre os riscos e responsabilidades que temos;

Mais que isso, só quando todo mundo tirar o pé.

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